Pessoas bonitas são mais bem-sucedidas

KEKA DEMÉTRIO: "Até que ponto vale a pena tornar-se um exemplar de uma beleza invejável, porém prisioneiro da angústia?"
Por KEKA DEMÉTRIO






Dizem que pessoas bonitas são mais bem-sucedidas. Mas por que será que as pesquisas indicam que as mulheres providas de beleza podem se dar melhor em suas vidas, seja profissional, social ou amorosa, do que as mais desprovidas?
Bom, uma coisa é certa: pessoas bonitas recebem elogios e incentivos praticamente o tempo todo. Enquanto isso, aquelas consideradas feias recebem olhares e palavras de desaprovação e precisam se desdobrar para mostrar o quão boas são. Realmente parece que o mundo é mais dócil e complacente com o grupo dos bonitos. Certo?
Certo. Mas tá errado isso, gente!
Já parou para pensar quantas vezes desdenhou de alguém por não considerá-lo dentro dos padrões de beleza que você considera razoável e o mal que pode ter causado a esta pessoa? Não, claro que não. Fazemos isso instintivamente. Vivemos num mundo em que a aparência física tornou-se o principal elemento de aproximação e aceitação das pessoas. Quanto mais bonito, mais aceito, mais portas se abrem, mais oportunidades e mais felicidade. Não posso concordar com uma coisa dessas. E você também não. A capacidade de ninguém, seja intelectual ou emocional, não se mede pelo seu grau de beleza. Tá cheio de pessoas lindas no mundo que não sabem amar.
Mas  até que ponto a beleza torna a vida das pessoas mais fácil? Não se torna um vício essa necessidade de sempre se mostrar belo e ter sua beleza reconhecida o tempo todo? E para que isso aconteça, não se comete sacrifício de toda ordem e até mesmo abusos contra si mesmo? Até que ponto vale a pena tornar-se um exemplar de uma beleza invejável, porém prisioneiro da angústia? Esta causada pelo medo da não aceitação, da insegurança pela comparação constante com as mulheres das capas de revistas, da necessidade de aprovação constante de gente que nem sabe o que realmente se passa em nosso íntimo?
Até quando vamos obrigar as pessoas a se olharem no espelho e buscarem suas imperfeições ao invés da sua beleza única e especial? Sofremos tantas cobranças e ainda assim criamos nossas filhas com as mesmas inseguranças com que fomos criadas. Se as amamos de verdade, por que permitimos que elas cresçam tão inseguras e dependentes da opinião dos outros? Deixamos que elas sejam manipuladas e acreditem que só serão felizes se estiverem com o cabelo impecável,  pele perfeita, o corpo escultural, as roupas da moda, o sapato da estação e a make do momento. Sequer lhes damos o direito de gostarem ou não de si mesmas exatamente como são. Tiramos de suas vidas as vantagens de se descobrirem diferentes, únicas e lindas. A melhor prova de amor que se pode dar a um filho é ensiná-lo a se amar e a se respeitar. Pense nisso!
Selecionar pessoas apenas pela beleza física pode nos privar de conhecermos, convivermos e aprendermos com pessoas cuja beleza vai muito além da percebida pelos olhos físicos. E eu não abro mão de estar em contato com essa diversidade que a vida me oferece. Porque de uma coisa eu tenho absoluta certeza: bonito mesmo é quem sabe sorrir pra vida. E isso depende muito mais da forma como você conduz a vida do que de quantos quilos você pesa.

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